Durante o mês de junho o Serviço Social da Indústria (SESI-RN), através do SESI Escola realizou a Mostra Vidas Negras Importam, uma iniciativa que se soma ao compromisso da instituição em implantar o ensino médio com itinerário de formação técnica e profissional, proporcionando aos filhos dos trabalhadores da indústria e à comunidade um ensino que convida os alunos a assumirem os papéis de protagonistas no processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com a gerente de educação do SESI-RN, Karenine Medina, em 2020, mesmo numa situação atípica causada pela pandemia do covid-19, a instituição reforço o compromisso de ofertar um ensino de qualidade e de motivar os alunos a serem os agentes do saber. “Em vista disso, criamos a mostra sociocultural Vidas negras importam organizada pelas áreas de conhecimento de Linguagens, códigos e suas tecnologias e de Ciências humanas e sociais aplicadas, sob a orientação do Supervisor Pedagógico Alexandro Cardoso e dos professores Fernando Laerty, Zânia Lôbo e Gisele Ricelly”, diz Karenine.
Ela acrescenta que o projeto surgiu do interesse dos educandos em discutir o racismo estruturado, o qual, recentemente, teve destaque nas mídias, sobretudo, internacionalmente. “O projeto foi dividido em duas etapas: a roda de conversa com algumas convidadas, realizada no dia 13 de junho; e a apresentação dos trabalhos dos alunos com base no debate do primeiro encontro e da temática da mostra, em dia 27 de junho”, informa.
Para a roda de conversa foram convidadas Luanne Fernandes – graduanda em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela UERN; Thayonara Filgueira – graduanda em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela UERN, membro da AMB e da Coletiva Motim Feminista; Brisa Bracchi – graduanda em História pela UFRN, membro do Coletivo Enegrecer e da MMM; e Luciana Ribeiro de Oliveira – doutoranda em Educação pela UNIRIO com foco em educação étnico-racial e antirracista, GEPAC e do GT de Educação liderada pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras/RJ.
No encontro houve participação dos alunos das unidades de Natal, São Gonçalo do Amarante e Mossoró. Durante a mostra as palestrantes trouxeram à tona diversas pautas sobre o racismo como a história da África, a história dos indígenas, o embranquecimento, as cotas raciais, o mercado de trabalho, o papel da mídia, entre outros assuntos relacionados.
No segundo dia da mostra sociocultural Vidas negras importam a gerente de educação Karenine Medina convidada para a solenidade de abertura falou para os alunos sobre a importância da mudança de mentalidade e do desafio de serem protagonistas na construção do futuro que começa agora e, em sequência, tivemos a participação de Lenilda, atriz da Cia Escarceu de Teatro – RN, pedagoga e integrante do NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros /UERN), com a declamação de poemas que conversam com a temática escolhida para a mostra.
O evento contou também com a participação de Karol Conka cantora, rapper e compositora brasileira, reconhecida por suas canções que exaltam a força da mulher na sociedade e Artista Revelação, no Prêmio Multishow de Música Brasileira. A canção “Bate a Poeira”, do seu primeiro disco, se tornou tema da 25ª temporada de Malhação, subtitulada de Viva a Diferença.
A partir de sua trajetória, Karol Conka se consagrou como um dos grandes nomes do rap e do movimento feminista no país, fazendo shows no mundo inteiro. “Através da sua partilha de vida como mulher e mãe levou a todos ao discernimento acerca da nossa liberdade de sermos quem realmente somos, pois o verdadeiro amor consiste mais em obras do que em palavras”, conclui a gerente de educação.
Jô Lopes – repórter Unicom FIERN
Av. Senador Salgado Filho, 2860 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP: 59075-900