Robótica: SESI Bat Tech traz experiência e conexões internacionais na bagagem de volta de competição na Holanda

8/07/2025   17h16

Foto: Guilherme Massami/SESI Bat Tech

 

Os alunos da SESI Escola de São Gonçalo do Amarante que compõem a equipe de robótica Bat Tech voltaram da Holanda com as malas cheias de experiências. Eles participaram da “European Premier Event”, principal competição europeia de robótica, representando o Brasil.

 

O torneio aconteceu em Eindhoven, polo tecnológico holandês, de 1º a 5 de julho, e reuniu 96 jovens, além de cientistas, engenheiros e pesquisadores de diversos continentes.

 

A Bat Tech é formada por seis jovens do ensino médio, cada um com uma função específica e crucial no desenvolvimento dos robôs com os quais desempenham as tarefas nas competições. Da 2ª série, integram a equipe Guilherme Massami (Gestor de marketing), Gustavo Henrique (Engenheiro) e Leonardo Marques (Designer). Da 3ª série, compõem o grupo Arthur Breno (Programador), Alexandro Gabriel (Relações Corporativas) e Natália Ellen, que atua como capitã da equipe.

 

Conexões com equipes de outros países, como China, Israel, Marrocos e Canadá tornaram a experiência de viagem mais enriquecedora, segundo compartilharam os estudantes. O desafio de se comunicar em outro idioma e de equilibrar o emocional para colocar em prova habilidades e técnicas da robótica educacional foram aprendizados relatados por eles.

 

“Lá mesmo, no torneio, nós tivemos contato com outras culturas de países como Canadá, Marrocos, China. Foi uma loucura, algo muito especial que vivemos e com certeza vamos levar para a vida”, descreveu Alexandro Gabriel.

 

O aprendizado diferenciado ao entrar em contato com outros estudantes com culturas mais voltadas à tecnologia também foi importante. As equipes chinesas impressionaram com o uso refinado do robô, por exemplo. “Adquiri muito conhecimento de mecânica, de motores e tudo relacionado a maquinário. A minha criatividade aumentou muito com tudo que eu aprendi porque analisei os robôs de outras equipes”, contou Gustavo Henrique.

 

Foto: Guilherme Massami/SESI Bat Tech

 

Natália Ellen, capitã da equipe, destaca o trabalho do SESI-RN em proporcionar tais vivências aos estudantes e fazer frente na robótica educacional no Estado. “Essa experiência me mostrou a realidade de que outros países têm muita influência da tecnologia e da robótica, e que vários deles são potências nessas áreas. Com isso, percebemos que o Brasil não tem tanta influência nesse sentido, mas percebemos que o SESI realmente é o pioneiro”, ressalta.

 

As mudanças são muitas, comenta Arthur Breno. “Acho certo dizer que eu não enxergo as coisas do mesmo jeito de antes de eu ir para essa viagem. Conexões entre as pessoas, trabalho em equipe, responsabilidade. Tudo eu aprendi nessa semana”, finaliza.

 

O vínculo que se cria, através da Educação, com os alunos foi um ponto destaque para Ana Karenine Medina, coordenadora de Educação do SESI-RN e responsável pela comitiva que foi à Holanda. “É uma missão. Na educação, quando a gente a cria um vínculo, acabamos adotando esses meninos”, relata.

 

Preparação

 

A vaga para a competição na Holanda foi conquistada em março, durante o Festival de Robótica de Brasília, etapa nacional do Torneio de Robótica. Na ocasião, a Bat Tech ficou em primeiro lugar na categoria Connect Award. Esse prêmio reconhece equipes com projetos que se conectam com a realidade da indústria, apresentando soluções e promovendo o envolvimento com profissionais de engenharia, ciência e tecnologia.

 

Desde então, os alunos mantêm uma rotina de treinamentos intensivos nas instalações do CTGAS-ER, em Natal, com suporte técnico do instrutor Dimas Alves e do professor Josinaldo Araújo. A preparação envolve uso de laboratórios e da Arena de Robótica, com jornadas que se estendem até a noite e aos fins de semana.

 

O instrutor Dimas comenta sobre a experiência vivida ao longo dos meses de preparação da equipe. Com um robô complexo, ele conta que seu trabalho foi tornar sonho em realidade. “Essa parceria é de fundamental importância por que nós pegamos uma ideia formatada e melhoramos em todos os sentido, e transformamos a realidade. Através dela, conseguimos viver o sonho deles e torná-lo realidade”, disse.

 

Incentivos

 

Antes de embarcarem para a Holanda, os alunos receberam apoio do Sistema FIERN, na última reunião de Conselho do SESI-RN, através do presidente Roberto Serquiz. Ele destacou o desempenho da equipe e a importância do incentivo a iniciativas que envolvem ciência e tecnologia na formação dos jovens.

 

“Estamos apoiando jovens que já são campeões e buscam ir ainda mais longe. Acompanhei de perto o trabalho deles e sei que estão preparados. Podem seguir motivados”, afirmou o presidente, que também lidera o Conselho Regional da instituição.

Serquiz ressaltou ainda o papel inspirador que os alunos passam a exercer. “A partir de agora, vocês se tornam referência. Outros jovens vão olhar para esse exemplo, e esse efeito multiplicador é fundamental. Sintam-se valorizados, façam uma excelente viagem e saibam que estamos todos na torcida”, completou.

 

Para a superintendente regional do SESI-RN, Danielle Mafra, a trajetória da equipe simboliza o potencial transformador da robótica educacional. “A Bat Tech foi a melhor equipe do Brasil ao apresentar uma solução conectada à indústria real, o que lhes garantiu a vaga no maior torneio europeu de robótica. Essa experiência pode ser um divisor de águas na vida e na carreira desses estudantes”, disse

 

Próximos desafios

 

Guilherme Massami conta que a equipe já está de olho nas próximas competições. Um campeonato fora de temporada em Recife já faz parte dos planos dos estudantes. “Desde já nos preparamos muito e tudo isso faz parte do nosso planejamento”, disse.

 

Além de próximas competições, os alunos também já estão buscando por novos membros da equipe, já que parte deles finaliza o ensino médio em dezembro deste ano.

 

Habilidades como liderança, comunicação e inteligência emocional fazem parte dos requisitos para compor o time. O processo seletivo acontece entre agosto e setembro e conta com a participação da direção da escola, que aprova os novos candidatos.

 

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